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*Prêmio de Melhor Longa-metragem pelo público do Festival Primavera do Cine, de Vigo, na Galícia

*Estreia no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, seguida de apresentação musical de Lorenzo Barreto e conversa com os realizadores

 

Uma criança especial, uma musicoterapeuta, um cineasta/músico, um encontro inesperado. Um filme que reflete sobre o poder da música e do acolhimento como ferramentas para a expressão mais profunda da personalidade de uma criança com autismo. Um filme sobre empatia, amizade, afeto. Assim é “Meu amigo Lorenzo”, novo longa-metragem do premiado cineasta e músico André Luiz Oliveira, que chega às telas no próximo dia 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, às 19h, no Cine Cultura Liberty Mall. Após a sessão, haverá uma curta apresentação musical de Lorenzo Barreto e uma conversa com a equipe do filme.

O filme estreia no Brasil com o aval do público da Galícia, que o escolheu como Melhor Longa-metragem no festival Primavera do Cine de 2023, de Vigo. “Meu amigo Lorenzo” é o registro de uma vida. Tudo começou num encontro em um “setting” de musicoterapia (ambiente especial onde o atendimento acontece), quando André Luiz foi convidado a registrar as sessões terapêuticas de uma criança autista. A empatia entre o cineasta/músico e a criança foi imediata. Dessa maneira, teve início um processo de 15 anos de filmagens e o nascimento de uma amizade musical onde o amor foi o caminho para o desenvolvimento da personalidade artística da criança. Ao longo de 96 minutos, o público é convidado a conhecer um relato intimista desta história baseada em acolhimento, música e afeto.

“Meu amigo Lorenzo” acompanha o desenvolvimento de Lorenzo Barreto, desde quando era uma criança até mais recentemente. Diz o diretor: “Percebi que ele tinha imensas qualidades musicais e enormes dificuldades psicomotoras. Isso teve um grande impacto sobre mim. Quando nos conhecemos, Lorenzo tinha 4 anos e não parei de filmá-lo até os 19. Sem nenhuma ideia do que iria fazer, muito menos que resultaria num filme de longa-metragem”, revela André Luiz.

Para o cineasta, os encontros com Lorenzo sempre foram extremamente valiosos para ele, assim como importantes para o desenvolvimento estrutural da criança. “A música que flui através dele vem de uma região muito profunda do seu ser e é como o ar que respira. Tocar com ele, ouvi-lo e ser ouvido por ele foi e continua sendo extremamente prazeroso, luminoso, desafiador”.

“Meu amigo Lorenzo” foi premiado no FAC – Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, para a finalização da obra, via Arranjos Regionais/FSA. Em 2022, participou das Rodadas de Negócios do DocSp e do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além de entrar em cartaz no circuito Cine Cultura Liberty Mall, o filme será exibido gratuitamente, em diferentes regiões administrativas.

CINEMA E MUSICOTERAPIA

A história do longa-metragem começa em 2007, quando a musicoterapeuta Clarisse Prestes recebeu no “setting” de musicoterapia em sua casa, nos arredores de Brasília, uma criança autista de quatro anos de idade chamada Lorenzo Barreto. Ela então convidou André Luiz para gravar algumas imagens em fita MiniDV. “Eu, por curiosidade, aceitei”, revela o cineasta e músico. E acrescenta: “A partir desse dia, filmei todas as sessões durante 15 anos. O meu fascínio pelo autismo e pela criança em si, com a sua misteriosa, incompreensível e exuberante musicalidade me levaram compulsoriamente a realizar este filme “Meu amigo Lorenzo”.

Depois de dez anos de filmagens, em 2017, André Luiz percebeu que tinha acumulado um verdadeiro tesouro de imagens, registros de uma experiência existencial preciosa e incomum. Mais ainda: percebeu o quanto a convivência com Lorenzo e outros autistas que acompanhava pontualmente no setting abriu para ele novas portas de percepção do mundo. “O cinema e a música sempre foram os meus dois meios de expressão e de estar no mundo, entretanto, o autismo se revelou para mim como um desafio necessário que eu precisava incorporar à minha experiência de vida”.

Segundo André Luiz, a convivência com Lorenzo e outros autistas revelou que, se há disposição de se sobrepor ao preconceito, ao medo e às ordens internas de separatismo e intolerância, a pessoa encontra algo muito precioso neles que é a pureza de estar no mundo sem julgamento, sem disputa, inteiramente entregue ao presente. “Acho que o filme “Meu amigo Lorenzo” consegue transmitir esse estado de espírito amoroso e compassivo tão necessário nos dias de hoje”, afirma o diretor.

REDUZINDO PRECONCEITOS E DESINFORMAÇÃO

“Meu amigo Lorenzo” estreia exatamente no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, dia 2 de abril, para chamar a atenção para uma questão que é de extrema importância e relevância social. O autismo é um transtorno no desenvolvimento infantil multifatorial, que afeta a capacidade de relacionamento com pessoas e o ambiente, por apresentar prejuízos na comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos.

De acordo com a musicoterapeuta Clarisse Prestes, “infelizmente, nos últimos anos, o tratamento que se impôs à sociedade como aquele que funciona para o autismo, supostamente o único com “comprovação científica”, é o comportamental. Esse modelo tem dominado hegemonicamente o pensamento sobre como devem ser as intervenções”. Para ela, essa prática impõe ao indivíduo autista um conjunto de habilidades que nem sempre vem ao encontro de suas necessidades como ser humano integral.

“O filme mostra que há outras formas de se estar com o indivíduo com autismo já que estamos caminhando em outro sentido. O importante para nós que lidamos por quase duas décadas com essas crianças é o amor incondicional, o respeito ao outro, e o “estar junto” na prática, sem imposição de teorias ou modelos externos pré-determinados. Afinal, além de um diagnóstico, existe ali um sujeito com sua individualidade e suas preferências que pode se manifestar desde que encontre um ambiente seguro e acolhedor”, afirma Clarisse.

O pensamento da musicoterapeuta é corroborado pelo depoimento da psiquiatra e psicanalista Inês Catão, para quem o filme chega em momento mais que oportuno, pois evidencia a eficácia de um trabalho terapêutico que anda na contramão das pressões de mercado que, segundo ela, vêm transformando o autismo num campo de disputas narrativas de poder que não considera o sujeito. “O filme narra vários anos de trabalho clínico com um menino autista que se organiza em torno da música, seu interesse específico e a enorme melhora de qualidade de vida, sem deixar de ser autista. A música para Lorenzo não é puro deleite. Ela desempenha uma função estruturante. O filme é a história de um encontro bem sucedido entre Lorenzo, uma musicoterapeuta e um músico que souberam escutá-lo e respeitar sua singularidade, seu tempo, sem a forçagem de treinamentos de comportamento visando uma suposta normalidade”.

De acordo com o relatório do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), dos Estados Unidos, publicado em março de 2023, 1 em cada 36 crianças aos 8 anos de idade é diagnosticada com TEA. Fazendo um comparativo com a população brasileira (estimada em 203.080.756, segundo o Censo 2022 do IBGE), calcula-se que o número de pessoas com o transtorno no país chegue a 5.641.132. Esse número representa um aumento de 22% em relação ao estudo anterior, feito em 2018.

A EQUIPE

O DIRETOR – ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Cineasta, músico, roteirista, realizou curtas, médias e longas-metragens, além de shows musicais e trilhas sonoras para filmes. Em 1969, dirigiu o primeiro longa “Meteorango Kid – O Herói Intergalático”, ícone do “cinema marginal”, que participou de vários festivais internacionais. Os longas “A Lenda de Ubirajara”, de 1974, e “Louco por Cinema”, de 1994, ganharam vários prêmios e viajaram pelo mundo. Em 2009, lança o doc/ficção “Sagrado Segredo”. A partir 2009, inicia um ciclo de documentários: “Cozinheiro do Tempo – Bené Fonteles” (2009), “Mário Cravo, O Ferreiro de Exu” (2012), “Zirig Dum Brasília – A Arte e o sonho de Renato Matos” (2014). Com “O Outro lado da Memória” (2018), em parceria com Rama de Oliveira, e “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa” (2019), conquista diversos prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ambos os filmes foram licenciados pelo Canal Brasil. Em 2020, lança a ficção “Ecos do Silêncio” e em 2023 chega com o documentário “Meu amigo Lorenzo”. André é da Bahia e vive em Brasília desde 1991.

A MUSICOTERAPEUTA – CLARISSE PRESTES
Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Música, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Clarisse é Pós-graduada em musicoterapia pela FEPECS, através do Instituto Vida Una em 2007. Especializada em TEA – Transtorno do Espectro do Autismo e outros transtornos do desenvolvimento, tem participado de diversos congressos no Brasil e em outros países, sempre abordando a temática do Autismo. Clarisse é do Rio Grande do Sul e mora em Brasília desde 1990.

A PRODUTORA – CARINA BINI
Produtora e diretora de cinema, formada em Jornalismo pela UEL-PR. Em 1998, estudou cinema na Índia; em 2011, estudou roteiro no Centro Sperimentale di Cinematografia – Roma. Produziu o longa premiado “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa”, de André Luiz Oliveira e Rama de Oliveira. Em fase de montagem do seu primeiro longa, prepara as filmagens da série “As Pajés”. Realiza o Festival Internacional Cinema e Transcendência há 10 anos. Carina é do Paraná e mora em Brasília desde 2005.

FICHA TÉCNICA
Roteiro e Direção: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Pesquisa e Consultoria: CLARISSE PRESTES
Produção Executiva: CARINA BINI
Assistente de Produção: SUELI NAVARRO
Elenco principal: LORENZO BARRETO
Diretor de fotografia: ADELSON BARRETO
Montagem: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA e MADAM PRODUÇÕES
Trilha sonora: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Som direto: MARCOS MANNA
Desenho de som e mixagem: MICAEL GUIMARÃES, A3pS
Duração: 96 minutos
Censura: Livre

SERVIÇO
Local: Cine Cultura Liberty Mall (SCN Quadra 2, Bloco D, Asa Norte)
Estreia: 2 de abril de 2024
Horário: 19h

Por Objeto Sim Projetos Culturais

 

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“Pobres Criaturas” já está disponível nos cinemas brasileiros e vem surpreendendo o público com a fantasiosa história de Bella Baxter. O filme foge bastante do convencional, mas há grandes chances que ele surpreenda e ganhe estatuetas no Oscar 2024.

Ele está indicado a 11 categorias no prêmio: Melhor Filme, Melhor Direção (Yorgos Lanthimos), Melhor Atriz (Emma Stone), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Maquiagem e Cabelo.

“Pobres Criaturas” também foi destaque no Globo de Ouro, vencendo duas categorias, sendo elas a de Melhor Filme de Musical ou Comédia e Melhor Atriz em Musical ou Comédia (Emma Stone).

No entanto, a produção pode ser considerada “bizarra” pelo espectador mais conservador. Abaixo, entenda o porquê, mas cuidado com os spoilers.

Baseado no livro de Alasdair Gray, o roteiro foi escrito por Tony McNamara.

“Pobres Criaturas” narra a fantástica evolução de Bella Baxter (Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Sob a proteção de Baxter, ela anseia por aprender e conhecer o mundo. Para isso, Bella foge com Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), um advogado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação.

Por que é bizarro?

O Dr. Godwin Baxter é uma espécie de Victor Frankenstein, e cria diversos seres diferentes. Assim, o filme apresenta criaturas modificadas, como o pato-cachorro, e são todos tidos como normais.

O realismo fantástico apresentado leva o espectador para um universo que se assemelha muito a algo parecido com sonhos. As viagens feitas por Bella entre países demonstram muito essas estranhezas.

Em meio às bizarrices, Bella enfrenta assuntos sérios da vida, como pobreza, prostituição, feminismo e relacionamentos abusivos. As descobertas da personagem vão a moldando ao longo do filme.

O visual é um dos pontos fortes, pois sempre é muito carregado de objetos em cena, com figurinos impactantes, que acabam por não ornar em diversas vezes. No entanto, o começo do longa se passa em preto e branco.

“Pobres Criaturas” é um sucesso de crítica. No Rotten Tomatos — agregador online de críticas — ele está com 93% de aprovação da crítica, e 80% do público.

Por Fernanda Talarico, para Coluna Splash.

 

 

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ESTREIA da SEMANA

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Dirigido por Rodrigo Sorogoyen, ‘As Bestas’ foi vencedor do Cesar de Melhor Filme Estrangeiro em 2023.

Em As Bestas, em um pequeno e degradante vilarejo na Espanha, há um clima desconfortável entre os poucos habitantes. Antoine (Denis Menochet) e Olga (Marina Foïs), franceses que se mudaram recentemente para o lugar, votam contra a venda de terras para uma companhia de Energia Eólica e bloqueiam um acordo que poderia tirar parte dos vizinhos da miséria. Antoine foi professor e enxergou no interior da Galícia uma espécie de ‘‘sonho de aposentadoria’’, seu objetivo com o local é se ter uma vida simples, vender seus produtos orgânicos na feira e reabilitar casas abandonadas para entregá-las para a população.

As ambições de Antoine são nobres. Entretanto, convém também pensarmos que, diferente de dele e de sua esposa, a população que permanece no vilarejo está ali pela falta de oportunidade, de perspectiva. A energia eólica é entendida como o que poderia garantir novas chances e o fim da miséria, mas Antoine está no caminho entre essas pessoas e seus direitos. Assim, As Bestas começa nos apresentando aquele clima desconfortável, onde Antoine sofre xenofobia constantemente e é prejudicado pelos irmãos Xan (Luis Zahera) e Lorenzo (Diego Anido) de inúmeras maneiras.

É uma situação complicada, sem dúvidas, Antoine comprou sua terra e tem direitos sobre ela, mas também é compreensível que a população o enxergue como um forasteiro que tirou chances de outras pessoas por mesquinhez. As Bestas conduz esse conflito, unindo um texto expositivo a uma condução mais fria, resumida em plano, contraplano, planos médios e gerais, valorizando sempre a ambientação decadente e, assim, construindo uma tensão que perdura por toda a produção. Nesse sentido, Rodrigo Sorogoyen consegue fazer jus ao título do filme, afinal, os desencadeamentos desse conflito pela venda das terras regridem homens a instintos, onde predomina a violência.

Desse modo, é interessante como Sorogoyen controla, até dado momento do filme, o descarregamento do ódio, das desavenças e consegue depositá-las em uma só pessoa, que é Antoine. No entanto, o filme cresce ainda mais quando demonstra coragem e consegue transformar a violência no que vem depois da violência. Ser cruel, ser uma ‘‘besta’’, sempre inclui alguém para sofrer, não se pode ser cruel sem ter uma vítima. E mesmo que essa brutalidade seja destinada a apenas uma pessoa, terceiros sempre estarão envolvidos, seja familiares ou amigos que serão impactados por isso. Assim, a substituição do protagonismo, que passa com muita efetividade de Antoine para sua esposa, Olga, apresenta uma carga dramática que não está mais associada a ameaças ou violência física. Esses temas estão presentes, é claro, mas é mais sobre o que vem depois disso.

Sorogoyen é bastante perspicaz em trazer para o centro da tela mulheres que foram secundarizadas pelo filme inteiro e, no caso de Olga, pelo seu próprio marido. É uma visão bastante interessante do diretor, afinal, se pensarmos na própria história contemporânea da Espanha, todo ato generalizado de brutalidade entre homens, como a guerra civil e a própria ditadura, recaíram nos braços de mulheres, principalmente em mulheres de pequenas vilas. Essas mulheres se tornaram figuras centrais para a família, mesmo perdidas, mesmo desamparadas.

Em As Bestas, Sorogoyen faz o mesmo, mas sem deixar que a figura de Antoine simplesmente desapareça. Assim como Olga, sentimos o peso de sua ausência e refletimos sobre a obsessão milenar dos homens se destruírem para resolverem problemas, como se não houvesse um outro tipo de solução.

Por Sthefaniy Henriques.

 

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Você pode não curtir o som deles (algumas músicas eram de gosto duvidoso), mas o fenômeno Mamonas Assassinas foi um furacão sem precedentes na cultura pop nacional nos anos 1990. Com apenas oito meses de trajetória artística, os meninos anárquicos de Guarulhos/SP conquistaram o país com faixas como “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”, venderam cerca de 3 milhões de discos (números impensáveis em um curto período), e ditaram o comportamento de uma juventude carente de ídolos.

Na vibe de afagar fãs nostálgicos e, ao mesmo tempo, alimentar novos seguidores que conhecem o grupo apenas pelas faixas nas plataformas digitais, ou pelas histórias engraçadas que os pais contam, “Mamonas Assassinas – O Filme” estreia nesta quinta (28) em mais de 800 salas de cinema do Brasil, incluindo o Espírito Santo, com cheiro de sucesso de bilheteria.

Para ressaltar esse fenômeno midiático, um monitoramento feito no Spotify pela produção do filme apontou que a banda ainda é ouvida diariamente por milhões de pessoas e não apenas no Brasil, mas em 33 países. Para abastecer esse público faminto por novidades, “Mamonas Assassinas – O Filme” torna-se necessário.

Vamos à pergunta que você está querendo saber desde o início do texto: o filme, afinal, é bom? Digamos que fica em meio-termo. A produção de Edson Spinello conta com roteiro fragmentado, traz esquetes que remetem a uma série televisiva, e atuações caricatas, bem acima do tom (“Mamonas eram caricatos mesmo e de forma proposital, crítico chato!”, alguém pode estar pensando ao ler essa colocação) e graves falhas na direção de atores.

Mas, sempre tem um mas, é um filme feito com afeto, escandalosamente (no bom sentido) emotivo e criado para agradar fãs do grupo. A produção conta com excelente reconstituição de época, fruto de um trabalho de pesquisa bem-feito, especialmente do figurinista Heitor Taddeo Ramaglio. Familiares dos artistas deram total apoio ao projeto repassando informações importantes, como cedendo figurinos usados nos shows.

A produção foi cuidadosa com a trilha sonora. Todos os fonogramas originais dos Mamonas Assassinas foram regravados para fazer uma mixagem. Não há utilização de playback ao longo de todo o filme, por exemplo. Mais um ponto que deve agradar aos fãs.

FENÔMENO MUSICAL QUE CONQUISTOU O BRASIL

O longa é bem fiel à história da banda. Embora os Mamonas tenham feito sucesso em 1995, quando assinaram contrato com a gravadora EMI, a trajetória é muito mais longeva, tendo início no final dos anos 1980 com a formação do Utopia, grupo de rock que tocava em pequenas festas de Guarulhos.

Quando Bento Hinoto (guitarrista), Sérgio Reoli (baterista), Júlio Rasec (tecladista) e Samuel Reoli (baixista) conheceram o bem-humorado Dinho, que, mais tarde, se tornaria o vocalista e criador de algumas das pérolas musicais do grupo, bastava apenas o apoio de pessoas fortes na indústria fonográfica, como Rick Bonadio e Rodrigo Castanho, para a magia acontecer. O projeto mostra todo esse caminho de forma didática, sem muitos rompantes narrativos.

A cinebiografia realça os percalços da banda durante cinco anos e os tais oito meses meteóricos de sucesso, interrompidos pelo acidente aéreo em São Paulo, em 2 de março de 1996 (acertadamente apenas citado no projeto). Uma curiosidade: mesmo com pouco tempo de trajetória, os paulistas chegaram a fazer um show em Vitória, no Ginásio do Álvares Cabral, em 1º de novembro de 1995.

No longa, Dinho é interpretado por Ruy Brissac, que viveu o cantor em musical sobre a banda. O quinteto conta ainda com Beto Hinoto, interpretando seu tio Bento, guitarrista; Rhener Freitas interpreta o baterista Sérgio Reoli; Adriano Tunes, que também participou do musical sobre a banda, faz o baixista Samuel Reoli; e Robson Lima interpreta Júlio Rasec, responsável pelo teclado, percussão e vocais do grupo.

Por Gustavo Cheluje, repórter do HZ

 

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FIM DE ANO


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Entre fevereiro e março de 1974, Antonio Carlos Jobim e Elis Regina uniram suas vozes no disco Elis & Tom, gravado em Los Angeles, na Califórnia. A passagem dos cantores pelos Estados Unidos foi gravada pelo então diretor da Band, Roberto de Oliveira, e agora virou trama do documentário Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você.

Em janeiro daquele ano, pouco dias depois que Elis Regina embarcou para os EUA, Roberto de Oliveira tomou o mesmo destino, decidido a registrar os bastidores das gravações. “Precisei montar uma equipe nos Estados Unidos, pedi ajuda ao senhor João Saad e ao pessoal da Band, que me apoiaram muito e o projeto deu certo”, contou Oliveira, em entrevista ao Jornal da Band.

“Eu sabia que estava presenciando um momento histórico. Desde o instante em que juntei os dois, não tive dúvidas. Então, resolvemos fazer um filme”, lembrou o diretor do documentário.
Mais de 45 anos mais tarde, as imagens feitas durante as gravações de Elis & Tom tomaram forma no documentário Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você — que recentemente conquistou o Prêmio da Crítica – Melhor Filme Brasileiro durante a 46ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

É interessante lembrar que, segundo Roberto de Oliveira, a relação entre Elis e Tom Jobim não era tão bonita quanto a música feita pelos dois. “Eu tive de fazer um meio de campo para acalmar os ânimos, mas quando eles se reconheceram como os gênios que são, as barreiras se romperam”, explicou ele.

Carregado de imagens que revelam os segredos da relação entre os dois artistas, o documentário está em cartaz na programação do Cine Cultura. Para Caio Carvalho, diretor executivo do canal Arte 1, o longa “é um resgate dessa história lindíssima que começou com o senhor João Saad e com Roberto de Oliveira”.

Matéria da revista online Rolling Ston.

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Margot Robbie é o rosto ideal para uma Barbie do século XXI, consciente socialmente e crítica ao sistema que criou a ela própria.

Barbie é um filme debochado. Uma obra criativa, surreal, colorida e espalhafatosamente debochada. Greta Gerwig mostra como tem aprimorado suas principais qualidades como diretora e construiu aqui, em pouco mais de 100 minutos, uma espécie de manual com tópicos básicos de como dar voz a mulheres contra a hipocrisia de uma sociedade patriarcal sustentada pelo consumo.

E como “básico” entenda que realmente são as coisas mais óbvias sobre o assunto. Ideias e, principalmente, sentimentos que dificilmente conseguem se fazer entendidos. O diferencial para que Barbie não seja um filme chato e previsível, então, veio da criatividade com a qual expõe contradições do patriarcado, tornando-se uma crítica bem-humorada dos valores deturpados que teimam em ser tratados como normais.

Barbie, o filme
Antes de qualquer coisa, Barbie é um filme de fantasia e comédia com uma estrutura similar a grandes clássicos da Sessão da Tarde. Gerwig, que assina o roteiro ao lado de Noah Baumbach (História de um Casamento), apresenta um universo próprio, com regras bem estabelecidas e rapidamente explicadas. É fácil entender o que faz sentido ali na Barbielândia, mesmo que não faça sentido aqui na vida real.

A história acompanha a Barbie Estereotípica, que vive em um lugar perfeito, na companhia de amigas perfeitas (as outras Barbies), fazendo coisas divertidas e imersa na certeza de que a sua invenção fez bem para meninas no mundo real. No entanto, começam a acontecer mudanças de comportamento que a levam a uma inevitável crise existencial.

Para superar toda essa confusão, ela embarca em uma jornada incrível de descobertas sobre si, sobre o mundo ao qual pertence e, acima de tudo, sobre o mundo onde foi criada para servir de exemplo e faturar milhões.

Crítica nada sutil
Apesar de não apostar muito na sutileza para cutucar o status quo, Barbie se aprofunda no comentário social e político por meio da sagacidade dos diálogos e atuações irônicas, propositalmente exageradas.

A crítica é o coração desse filme, utilizando doses consideráveis de metalinguagem para manifestar-se contra o sistema no qual está inserido. O posicionamento quanto à Mattel é até surpreendente, batendo firme nas supostas boas intenções ao lançar a boneca como um brinquedo que inspiraria crianças de todo o mundo, mas que se tornou o reflexo de um padrão de beleza inalcançável e o motivo do colapso da autoestima de várias gerações.

Apenas um Ken
Enquanto conversa diretamente com meninas e mulheres por meio de referências nostálgicas ligadas à boneca, despertando sensações comuns – sejam positivas ou negativas -, Barbie pisa no calo de homens em muitos níveis.

As críticas logicamente alcançam aqueles que são misóginos, homofóbicos, conservadores e retrógrados, mas também os queridos progressistas que se colocam em posição de aliados, mas acabam apenas buscando um tipo diferente de protagonismo.

O fato de todos os Kens serem estúpidos não busca atingir homens de uma forma literal, mas, ao deixar muitos deles irritados com o retrato genérico, cumpre perfeitamente seu objetivo. Ryan Gosling tem uma atuação fisicamente muito expressiva e parece ter entendido perfeitamente o que estava representando ali. Se o espectador tiver uma masculinidade um pouco frágil que seja, provavelmente vai ficar ofendido em algum momento do filme. E, adivinha, é exatamente essa a piada.

Entre amigas
O filme é uma grande conversa de bar entre amigas. Greta Gerwig se diz incrédula depois que a Warner aprovou o roteiro escrito por ela e Baumbach, mas o resultado foi incrivelmente natural.

Margot Robbie é a melhor encarnação possível para a Barbie clássica e podemos agradecer a ela por ter adquirido os direitos de adaptação da personagem por meio da sua produtora, a LuckyChap Entertainment, e produzido o filme junto da Warner.

Um dos aspectos mais importantes que dá para retirar de Barbie é que não dá para definir as mulheres pelos seus papéis pré-estabelecidos por alguém em algum momento da história. Também não é correto defini-las pelas suas mazelas, pelo seu sofrimento. Inclusive, se puder não definir as mulheres sob nenhuma perspectiva, para qualquer fim ou com qualquer boa intenção envolvida, seria ainda melhor.

Assista ao filme com amigas, namoradas, esposas, filhas, sobrinhas. Leia, ouça e assista influenciadoras mulheres sobre o filme. Há uma perspectiva diferente que Greta Gerwig e Margot Robbie disseram existir diversas vezes e, no fim das contas, vai mesmo atingir o público feminino de uma forma diferente.

Esse não é um impeditivo que restrinja a audiência às mulheres, mas quem não gostar dessa perspectiva já não fazia parte do público-alvo que assistiria ao filme de qualquer jeito.

Por Filipe Rodrigues, para o Tenho Mais Discos que Amigos

 

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CRÍTICA

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Desde que se tornou persona non grata pelo regime autoritário do Irã, o cineasta Jafar Panahi tem feito um cinema pautado por signos de resistência. Em Isto Não é um Filme (2011), refletiu sobre as dificuldades de criar uma obra diretamente da prisão domiciliar. Em Taxi Teerã (2015), o deslocamento pela capital iraniana constituía um gesto calculado de desobediência civil, em prol da construção do painel humano da metrópole pela qual era impedido de circular livremente. Já seu mais novo filme guarda importantes semelhanças com o imediatamente anterior, 3 Faces (2018), por conta da localização num vilarejo em que a tradição atua de modo estruturalmente opressor. Nesse sentido, Sem Ursos ajuda a formular um painel coeso se somado aos demais longas pós-sentença. E isso se dá também pelo mergulho de cabeça na fértil indefinição entre ficção e realidade. Outra coisa que sustenta essa ideia de continuidade é a autorrepresentação, pois Panahi novamente se interpreta dentro de situações propícias à elaboração de críticas manifestadas em meio a supostas trivialidades. Aqui, ele está confinado numa aldeia próxima à tensa fronteira do Irã com a Turquia. Ora, um homem impedido pelas autoridades de sair do país flertando com a esperada subversão da sentença que lhe foi imposta naturalmente gera tensão. Ele está lá para acompanhar remotamente a rodagem do novo filme.

Jafar Panahi elabora habilmente uma narrativa bifurcada, caracterizada pelo andamento paralelo de enredos interconectados. Em um deles, vemos o diretor cerceado em contato com os aldeões e, no outro, a produção do filme sobre um casal que deseja escapar à Europa em busca de dias melhores. À moda do Neorrealismo Italiano, movimento de vanguarda tão importante como inspiração à renovação do cinema iraniano, é perceptível o empenho da câmera a fim de registrar costumes, gestos e demais protocolos que nos ajudem a perceber a constituição de uma cultura alimentada por machismos e dogmas religiosos. Ghanbar (Vahid Mobasheri), o senhorio do protagonista, se dirige ao forasteiro de modo servil, assim aludindo ao imaginário que estabelece hierarquia entre os habitantes “estudados” das grandes cidades e os residentes humildes das “atrasadas” localidades interioranas. Tanto que o desfecho da subtrama envolvendo o amor do rapaz pela jovem prometida a outro pode, também, servir para sinalizar essa distância entre aqueles que evadiram da terra natal em busca de oportunidades de crescimento e os que persistiram (por vontade ou necessidade) em suas províncias de origem. No entanto, Panahi, ele próprio, se mostra indisposto com a ideia de sair do Irã, assim oferecendo outros aspectos ao dilema fundamental entre permanecer e abandonar suas raízes.

De certa forma fazendo um aceno a Blow-Up: Depois Daquele Beijo (1966), o cineasta recicla a ideia de uma imagem que pode servir para comprovar algo considerado criminoso. No longa do italiano Michelangelo Antonioni, o fotógrafo de moda supunha ter flagrado o indício de um assassinato. E isso o consumia dentro de um processo íntimo. A utilização da imagem por Panahi parte de outro aspecto e ocasiona um movimento praticamente contrário. Primeiro, diferentemente do que acontece produção dirigida por Antonioni, não enxergamos a fotografia reivindicada pelos moradores locais como prova de adultério. Sequer sabemos se o clique realmente aconteceu, se Panahi está mentindo e simplesmente apagou o arquivo da câmera digital. O testemunho do menino que garante a existência do retrato é parcialmente corroborado por uma cena anterior e suas coincidências com as palavras da criança, mas nada que sirva para esclarecer as diferenças de versão. Segundo, porque o cineasta não entra em crise pessoal pela eventualidade do “crime” praticado e, talvez, capturado pelas lentes. É o seu entorno que ferve diante da transgressão. Jafar Panahi é um personagem atravessado pela existência de leis que a ele não fazem muito sentido – algo que pode ser encarado como comentário a respeito da condenação real que o encarcerou e, em tese, o proibiu de filmar por duros 20 anos.

 

Por Marcelo Müller, para o www.papodecinema.com.br

 

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