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Elvis estreou nos cinemas brasileiros prometendo contar a história de vida e de carreira de um dos ícones do rock, e não decepcionou. Abusando do exagero nas roupas, cenas e na fotografia, o filme mostra potencial para conquistar a audiência.

E falar que o filme do Elvis é um grande exagero não é, necessariamente, um ponto negativo. Como tudo que se refere a ele sempre foi exagerado, o longa não poderia assumir um tom blasé. Esse, inclusive, é justamente o maior acerto do diretor Baz Luhrmann. Com duas horas e quarenta minutos de duração, o espectador nem sente o tempo passar— a menos que tenha exagerado no refrigerante— ao mergulhar na história de um dos maiores cantores do mundo.

Elvis conta a história do astro desde a infância difícil até a queda, passando, é claro, pela ascensão, quando ele se torna um dos cantores mais famosos e bem pagos dos Estados Unidos. Nascido em Tupelo, Mississippi, no ano de 1953, o menino tinha um irmão gêmeo, chamado Jesse, que morreu 35 minutos após o parto e foi enterrado em uma caixa de sapato, uma vez que a família não tinha dinheiro nem para o caixão.

As tragédias da família Presley não pararam por aí: seu pai foi preso por estelionato, enquanto Elvis e sua mãe foram despejadados de onde viviam, indo morar em um bairro de pessoas negras (vale lembrar que, nesta época, a segregação racial era muito presente).

Após esses episódios, a vida do garoto vai seguindo sempre rodeado de influências negras. Elvis começa, então, a cantar numa banda e sua voz cai nos ouvidos de Tom Parker (Tom Hanks), um homem ganancioso que vivia de dar golpes nas pessoas.

É inclusive sob o ponto de vista de Parker que a história é contada. A primeira meia hora de tela é focada totalmente no empresário, e só após esse tempo que o filme se torna realmente sobre Elvis.

Outro ponto que vale falar é que existe um mistério em revelar o rosto do cantor. A princípio, ele aparece sempre de costas ou de lado, e só depois de um tempo dá as caras para a tela. Isso pode soar desinteressante e fazer o filme custar a engatar mas, após revelar Austin Butler como o rei do rock, o longa resgata o fôlego e o ritmo.

Exagero no tom certo

Butler encarnou brilhantemente a personalidade do astro, obviamente abusando do exagero. Desde o jeito de dançar rebolando os quadris até o tom de voz, passando pela maneira de falar com a boca semi aberta olhando para baixo, tudo parece milimetricamente bem encaixado.

E isso é mérito do ator, que fez preparação vocal há cerca de um ano antes das gravações começarem. É ele que canta na fase jovem de Elvis — nas outras fases, a voz de Austin é misturada com gravações originais do cantor. Esse, inclusive, é outro acerto!

A caracterização é tão bem feita que, somado ao fato do efeito granulado de alguns trechos do filme para parecer uma filmagem antiga, pode fazer com que o espectador se confunda e não tenha certeza se está vendo Austin ou o verdadeiro Elvis.

Isso fica mais evidente em uma cena quase no final do longa, quando mostra o cantor já deprimido, doente, com sobrepeso, sentado em frente ao piano em seu último show antes de morrer.

Dá para notar que, pouco a pouco, tudo vai se deteriorando na vida do astro: seu corpo, suas finanças, seu casamento… Só uma coisa continua intacta: sua voz.

Já Tom Parker, por sua vez, é um empresário bonachão e ganancioso que não entende nada de música e suga tudo o que pode do cantor para sustentar seu vício em jogo. Tom Hanks dá o tom exato do personagem, que termina sua vida sozinho vagando pelos cassinos de Las Vegas.

Além dos dois protagonistas, aparecem Priscilla Presley (Olivia DeJonge), a esposa do cantor, e sua filha Lisa Marie, que apesar de serem pessoas importantes na história, não ganham muito espaço no filme.

Elvis The Pelvis

Conhecido pelo seu rebolado único, Elvis foi perseguido pelos grupos conservadores da época que viam nesse estilo de dança luxúria e pecado. Nos tabloides tradicionalistas, ele recebeu o apelido de “Elvis The Pelvis” pelo seu modo de se apresentar nos palcos.

Modo esse que Tom Parker tenta mudar a fim de não desagradar essa elite e continuar ganhando dinheiro. Mas, o que incomodava mais não era apenas o rebolado, o cabelo “de menina” e a maquiagem nos olhos, e sim o fato de Elvis cantar e dançar igual negro.

O não embranquecimento da história

O cantor viveu a vida toda rodeado de pessoas negras, chamadas, na época, de pessoas de cor, e isso é bem retratado no filme que mostra, inclusive, a relação de Elvis e B.B King (Kelvin Harrison). Foi na igreja de negros que ele aprendeu a dançar e rebolar, o que mais tarde viria a se tornar sua marca registrada.

Ao misturar soul, gospel e folk, ele conquistou os Estados Unidos. Mas, em uma época em que o segregacionismo estava tão presente, onde havia barreiras físicas separando negros e brancos, cantar como um negro era uma grande ofensa para a sociedade.

Desse modo, Elvis tinha o talento de um negro com a passabilidade de um branco, e isso lhe permitiu emergir e se tornar um astro, ainda que tivesse que ir contra a corrente. Um ponto marcante é quando ele comenta com B.B King que estão querendo lhe prender devido ao seu jeito de dançar. O amigo retruca dizendo que Elvis é branco e pode fazer o que quiser, enquanto ele, sendo negro, pode ser preso apenas por atravessar a rua.

Um Elvis para todos os públicos

Até quem não é fã ou não conhece muito a vida e a carreira do cantor tem chances de gostar do longa. Isso porque o enredo é bem construído, os figurinos trazem um ar de nostalgia e os grandes sucessos embalam as mais de duas horas de tela. Tom Hanks e Austin Butler não deixam a peteca cair, e não dá para negar que a história de Elvis por si só já vale a pena.

No filme, o astro lamenta por estar perto de fazer quarenta anos e nunca ter feito nada inesquecível. O que ele não imaginava é que 45 anos após a sua morte, continuaria sendo uma das principais vozes do rock e ganharia um filme para chamar de seu.

Por Diandra Guedes, para o Canaltech.

 

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PRÉ-ESTREIA da SEMANA

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> PRÉ-ESTREIA DIA 13 DE JULHO, ÀS 19h50.

 

Após quase uma década afastado da direção de longas-metragens, o cineasta Baz Luhrmann (“O Grande Gatsby”, “Moulin Rouge: Amor em Vermelho” e “Romeu+Julieta”) retorna às telonas com a cinebiografia de um dos maiores astros da música mundial. “Elvis” protagonizado por Austin Butler e com o astro Tom Hanks no elenco, terá sessão de pré-estreia no Cine Cultura Liberty Mall.
O longa-metragem poderá ser visto um dia antes da estreia oficial, em comemoração ao Dia Mundial do Rock, em 13 de julho.

O filme aborda a vida e a música de Elvis Presley (Austin Butler) sob o prisma da sua tumultuada relação com seu empresário enigmático, o coronel Tom Parker (Tom Hanks). A história mergulha na complexa dinâmica entre Presley e Parker, que se estendeu por mais de 20 anos, desde a ascensão de Presley à fama até seu estrelato sem precedentes, tendo como pano de fundo a evolução da paisagem cultural e a perda da inocência na América. No centro dessa jornada está uma das pessoas mais importantes e influentes na vida de Elvis, Priscilla Presley.

“Elvis” foi exibido no Festival de Cannes deste ano, e está indicado ao Hollywood Critics Association Midseason Awards nas categorias melhor filme, melhor ator e melhor diretor.

 

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