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A 19ª edição do FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO no Brasil, trazendo 29 títulos em sua programação. Este ano, o festival oferece tanto filmes inéditos no Brasil quanto uma retrospectiva temática dedicada ao humor no cinema italiano.
O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO NO BRASIL foi fundado pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo – ITALCAM, e conta com o patrocínio e a colaboração da Embaixada da Itália. Três anos atrás, a Embaixada da Itália lançou o projeto de exibir os filmes do Festival também presencialmente no Brasil inteiro com o objetivo de divulgar a Cultura Italiana por meio do seu Cinema, conhecido no mundo inteiro pela sua criatividade e genialidade. O projeto virou um enorme sucesso e este ano estará presente em mais de 80 cidades e 120 salas de projeção, além de sua transmissão via streaming para alcançar todo o território brasileiro.
Manifesto
O pôster e o manifesto desta edição celebram a força e a independência da mulher contemporânea: “…nem mãe, nem irmã, nem amante, nem esposa… simplesmente, Mulher! A Mulher de hoje, moderna, dona dos próprios ideais, do seu próprio corpo, do próprio futuro. Resiliente, forte, inteligente. É ela que escreve a própria história, sem pedir permissão”.
Filmes Selecionados
A lista completa dos filmes selecionados para esta edição inclui estreias com produções realizadas em 2023 e 2024, que já conquistaram prêmios internacionais e títulos clássicos na sessão Retrospectiva, intitulada “O Humor do Cinema Italiano: de Totò à Roberto Benigni”, celebra a tradição cômica do cinema italiano com filmes que marcaram épocas e estilos desde 1950 até algumas obras mais recentes.
– Filmes Inéditos
ROMEO È GIULIETTA (Romeu é Julieta) de Giovanni Veronesi
NATA PER TE (Nascida Para Você) de Fabio Mollo
CARACAS de Marco D’Amore
ERAVAMO BAMBINI (Éramos Crianças) de Marco Martani
UN MONDO A PARTE (Um Mundo à Parte) de Riccardo Milani
MIA de Ivano de Matteo
THE PENITENT (O Penitente) de Luca Barbareschi
PALAZZINA LAF (LAF) de Michele Riondino
TOQUINHO: ENCONTROS E UM VIOLÃO de Erica Bernardini
E SE MIO PADRE (E Se o Meu Pai) de Solange Tonnini
L’ANIMA IN PACE (A Alma Em Paz) de Ciro Formisano
POSSO ENTRARE? AN ODE TO NAPLES (Posso Entrar? Um Ode à Nápoles) de Trudie Styler
UN ALTRO FERRAGOSTO (Mais Um Verão Em Família) de Paolo Virzì
CIAO BAMBINO (Adeus, Garoto) de Edgardo Pistone
PARE PARECCHIO PARIGI (Parece Bastante Paris) de Leonardo Pieraccioni
À LA RECHERCHE (Em Busca) de Giulio Base
* IO CAPITANO (Eu, Capitão), de Matteo Garrone, embora não seja um filme inédito, não poderia ficar de fora desta edição. Este épico contemporâneo, que foi indicado ao Oscar 2024 e venceu o Leão de Prata no Festival de Veneza, ganha uma homenagem especial no festival por sua relevância e impacto global, reafirmando Matteo Garrone como um dos maiores cineastas italianos da atualidade.
– Sessão Retrospectiva “O Humor do Cinema Italiano: de Totò à Roberto Benigni”
DOVE VAI IN VACANZA? (Onde Passaremos as Férias?) de Alberto Sordi, Mauro Bolognini, Luciano Salce
ALTRIMENTI CI ARRABBIAMO (A Dupla Explosiva) de Marcello Fondato
IL COMUNE SENSO DEL PUDORE (O Valor do Pudor) de Alberto Sordi
LO SCEICCO BIANCO (Abismo de um Sonho) de Federico Fellini
L’ORO DI NAPOLI (O Ouro de Nápoles) de Vittorio De Sica
MISERIA E NOBILTÀ (Confusões à Italiana) de Mario Mattoli
IL VIAGGIO DI CAPITAN FRACASSA (A Viagem do Capitão Tornado) de Ettore Scola
GUARDIE E LADRI (Guardas e Ladrões) de Mario Monicelli e Steno
TOTÒ A COLORI de Steno
47 MORTO CHE PARLA (O Homem da Caixinha) de Carlo Ludovico Bragaglia
NAPOLI MILIONARIA (Nápoles Milionária) de Eduardo De Filippo
IL PICCOLO DIAVOLO (O Pequeno Diabo) de Roberto Benigni
Informações Adicionais
A 19ª edição do FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO NO BRASIL começa para o público no próximo dia 7 de novembro e se estende até 8 de dezembro, para diversas regiões do Brasil e também via streaming.
Toda programação é gratuita.
O Festival tem, pelo quarto ano consecutivo, o patrocínio da Pirelli, como patrocinador master do festival. “O Festival de Cinema Italiano é um evento importante na agenda anual e celebra a forte presença da cultura italiana no Brasil, onde a Pirelli contribui de forma significativa há quase um século”, diz Cesar Alarcon, CEO e Vice-Presidente Sênior da Pirelli para a América Latina.
Confira a Programação no Cine Cultura Liberty Mall, de 21 a 27 de novembro:
. QUINTA 21/11
16h10 ÉRAMOS CRIANÇAS/ Itália / 100 min (16 anos)
20h30 UM MUNDO À PARTE /Itália/112 min (livre)
. SEXTA 22/11
16h10 CARACAS/ Itália/ 109 min (16 anos)
20h30 ROMEU É JULIETA/ Itália/ 102 min (16 anos)
. SÁBADO 23/11
16h10 TOQUINHO: ENCONTROS E UM VIOLÃO/Brasil, Itália/ 90 min (livre)
20h30 PARECE BASTANTE PARIS / Itália/ 90 min (16 anos)
. DOMINGO 24/11
16h10 NASCIDA PARA VOCÊ/ Itália / 113 min (16 anos)
20h30 MAIS UM VERÃO EM FAMÍLIA/ Itália/ 115 min (16 anos)
. SEGUNDA 25/11
16h10 E SE O MEU PAI/ Itália, Albânia/100 min (16 anos)
20h30 LAF / Itália/ 99 min (16 anos)
. TERÇA 26/11
16h10 ADEUS, GAROTO/ Itália/ 109 min (16 anos)
20h30 MIA/ Itália / 108 min (16 anos)
. QUARTA 27/11
16h10 A ALMA EM PAZ/ Itália/ 88 min (16 anos)
20h30 O PENITENTE / Itália/ 120 min (16 anos)
— ENTRADA GRATUITA . RETIRAR INGRESSOS NA BILHETERIA
Mais informações em: https://festivalcinemaitaliano.com/
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Em Cartaz
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Pedro Almodóvar sabe usar cores como ninguém. Cada um de seus filmes – em menor ou maior grau – é capaz de hipnotizar o espectador só pela maneira como ele dispõe do verde, do vermelho, do amarelo, do azul e assim por diante em tonalidades pouco usuais em fotografia cinematográfica. E, em O Quarto ao Lado, filme que lida essencialmente com a mortalidade e que tem uma das protagonistas morrendo de câncer, é impressionante como ele não só não abre mão de sua assinatura visual, como a utiliza de maneira absolutamente elegante, amplificando cada quadro e injetando vida a cada sequência de seu aclamado primeiro filme em língua inglesa que lhe valeu o Leão de Ouro de Melhor Filme no 81º Festival de Veneza, também o primeiro em sua impressionante carreira.
É natural que um cineasta já com 75 anos e sensível como Almodóvar use sua arte para contemplar a morte e, aqui, ele mergulha de cabeça na temática ao reunir duas amigas que não se viam há muitos anos em razão de uma delas estar próxima da morte. Julianne Moore vive Ingrid, uma escritora de sucesso que, quando descobre que Martha (Tilda Swinton), uma ex-correspondente de guerra, está passando por tratamento contra o câncer, não hesita em visitá-la no hospital, algo que, no decorrer da narrativa, torna-se uma constante na vida das duas que passam a trocar lembranças de vários períodos de suas respectivas vidas. No entanto, com o tratamento não dando o resultado esperado, Martha decide pela eutanásia (que é ilegal nos EUA) por meio de uma pílula adquirida por meios escusos e pede para que Ingrid a acompanhe em seu último e idílico retiro em uma casa alugada como sua companhia e a pessoa que estará no “quarto ao lado” quando a morte vier.
Entre as reminiscências da juventude, especialmente o misto de tristeza e orgulho que Martha sente em relação à sua filha com quem tem pouquíssimo contato, as duas mulheres maduras tornam-se melhores amigas mais uma vez, com Ingrid sendo obrigada a enfrentar o medo da morte que, coincidentemente, fora o tema de seu último livro. No entanto, o que poderia ser um filme carregado de melancolia, de finalismo, de dor e de tristeza, o roteiro de Almodóvar, baseado no romance O que Você Está Enfrentando da autora americana Sigrid Nunez, que foi publicado em 2020, transforma, ao revés, em uma celebração da vida, ou, talvez mais corretamente afirmando, das imperfeições e experiências positivas e negativas que formam, em cada um de nós, o que esperamos ser uma vida bem vivida. Não se trata de uma obra feita para chorar por Martha, mas sim para admirar sua decisão inamovível e para compreender que, quando chega a hora, talvez seja melhor escolher como ir.
Em uma das mais inspiradas escalações dos últimos tempos, Almodóvar usa o tipo físico de Tilda Swinton – alta, muito magra e pele muito branca – para criar uma personagem vivamente adoecida, se é que posso usar essa contradição em termos. O trabalho da equipe de maquiagem, suave, delicado e que pontualmente acentua as características da atriz que parecem existir para esse papel é exemplar e faz de Swinton uma das mais elegantes moribundas da Sétima Arte, algo que é amplificado por figurinos naturais, lógicos para a personagem que é construída, mas que fazem uso generoso das mencionadas cores “almodovarianas”. E, claro, a atriz está muito bem no papel, combinando à perfeição doses iguais de fleuma e aceitação da condição de sua personagem que só são quebradas pela conexão que sente em relação à Ingrid, algo que talvez ela não esperasse. E, claro, a personagem de Moore funciona como a antítese de Martha, emocional e tensa, mas que, também, com a reaproximação e com as reminiscências trocadas entre elas, encontra algo como uma nova dimensão para sua própria vida.
No entanto, não sei se em razão do uso da língua inglesa ou se pelo delicado tema central da película ou por uma combinação dos dois fatores, achei que os diálogos que Almodóvar escreveu ficaram pouco característicos dele, perdendo em naturalidade e ganhando em sisudez, evitando o ar de improviso que suas obras têm em prol de algo muito mais rigidamente estruturado, por vezes até artificial, com o emprego constante de frases de efeito, de tentativas falhas de se inserir erudição literária e audiovisual, algo que também é característica do cineasta, mas que, aqui, não funcionou tão bem. E isso refletiu nas atuações de Swinton e Moore. Por melhores que elas estejam, a interação delas por diversas vezes mostraram-se como que acorrentadas, sem nenhuma liberdade para as atrizes estabelecerem uma real e vívida conexão na telona, quase como se cada uma das duas estivesse atuando sozinha.
Não ajuda em nada a linha narrativa paralela que conta com John Turturro como ex-namorado da duas – em momentos diferentes – que também se reconecta, mas com Ingrid, tornando-se um confidente dela em relação ao que está se passando com Martha e com toda o propósito do retiro. Damian, seu personagem, parece existir ou para ser redundante, pois tudo o que Ingrid conversa com ele o espectador já sabe, ou para soltar linhas de diálogos completamente perdidas para que Almodóvar possa dizer que seu filme é politicamente engajado ou, finalmente, para criar toda uma narrativa envolvendo polícia e advogada que, muito sinceramente, nada agrega à natureza contemplativa do longa. Fiquei com a distinta impressão que Almodóvar acrescentou o personagem e o dénouement policial em alguma revisão bem posterior do roteiro, mesmo que esses elementos estejam presentes no livro (e eu não sei se estão), quase que como algum tipo de determinação vinda de cima da produtora americana para “americanizar” uma narrativa que simplesmente não precisava disso.
Mas a discussão que O Quarto ao Lado propõe e a forma como a mortalidade é trabalhada, em um misto de leveza e humor com sobriedade e respeito, com direito a estupendas telas coloridas sobre as quais Almodóvar constrói seu filme, fazem da obra uma experiência que inspira no lugar de assustar, que traz genuíno conforto em vez de angústia. O cineasta olha para a frente e vê beleza, vê um lugar ao sol e ele só enxerga isso por entender que é necessário fazer as pazes com o passado – imperfeito como ele necessariamente é – e mostra que é justamente esse passado que nos faz ser quem somos.
por Ritter Fan para planocritico.com
“As opiniões contidas nesta matéria não refletem necessariamente a opinião do Cine Cultura Liberty Mall”.
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Beetlejuice está de volta!
Depois de uma tragédia familiar inesperada, três gerações da família Deetz voltam para casa em Winter River. Ainda assombrada por Beetlejuice, a vida de Lydia vira de cabeça para baixo quando sua filha adolescente rebelde, Astrid, descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão, e o portal para a vida após a morte é acidentalmente aberto. Com problemas em ambos os reinos, é apenas uma questão de tempo até que alguém diga o nome de Beetlejuice três vezes, e o demônio travesso volte para levar ao mundo seu próprio estilo de caos.
EUA, 2024 | Direção: Tim Burton
Elenco: Michael Keaton, Jenna Ortega, Justin Theroux, Monica Bellucci, Willem Dafoe, Winona Ryder
Duração: 1h45min | Legendado | Gênero: Comédia, Fantasia | Classificação: Livre
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O 8½ Festa do Cinema Italiano é o acontecimento mais importante no Brasil dedicado ao cinema italiano
O festival 8 ½ Festa do Cinema Italiano volta em 2024 para celebrar a sua 11ª edição. Entre 27 de junho e 3 de julho, o evento regressa às salas de cinema com uma semana de programação nas principais cidades brasileiras. Sendo um dos festivais de cinema mais apreciados no país, nesta nova edição serão exibidos 10 filmes italianos, alguns inéditos e em pré-estreia nas salas de cinema brasileiras.
CONFIRA ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DA FESTA DO CINEMA ITALIANO – 27/6 A 3/7 – sala 3
. dia 27
14h00 O DIVINO ZAMORA 1:40:00
15h55 MARIA MONTESSORI 1:54:00
18h05 SEGREDOS 2:16:00
20h40 AINDA TEMOS O AMANHÃ 1:58:00
. dia 28
14h00 ENEA 1:57:00
16h15 O DIVINO ZAMORA 1:40:00
18h10 A ÚLTIMA NOITE DE AMORE 2:11:00
20h40 O SEQUESTRO DO PAPA 2:05:00
. dia 29
14h00 LUBO 2:55:00
17h10 IL BOEMO 2:20:00
19h45 SEGREDOS 2:16:00
. dia 30
14h00 O SEQUESTRO DO PAPA 2:05:00
16h20 AINDA TEMOS O AMANHÃ 1:58:00
18h35: MARIA MONTESSORI 1:54:00
20h45 IL BOEMO 2:20:00
. dia 01
14h00 A ÚLTIMA NOITE DE AMORE 2:11:00
16h30 A IMENSIDÃO 1:34:00
18h20 O SEQUESTRO DO PAPA 2:05:00
20h40 ENEA 1:57:00
. dia 02
14h00 A IMENSIDÃO 1:34:00
15h50 O DIVINO ZAMORA 1:40:00
17h45 SEGREDOS 2:16:00
20h15 LUBO 2:55:00
. dia 03
14h00 MARIA MONTESSORI 1:54:00
16h10 SEGREDOS 2:16:00
18h40 AINDA TEMOS O AMANHÃ 1:58:00
20h50 A ÚLTIMA NOITE DE AMORE 2:11:00
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Nove e Meia Semanas de Amor | Clássico será exbido nos cinemas
Depois de ficar mais de 2 anos em cartaz nos cinemas brasileiros nos anos 80, o filme NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR (Nine 1/2 Weeks), com direção de Adrian Lyne (“Lolita“, “Atração Fatal” e “Flashdance: Em Ritmo de Embalo“), volta a ser exibido nos cinemas brasileiros, a partir do dia 06 de junho, semana dos namorados, com distribuição da A2 Filmes.
Com roteiro baseado em livro homônimo de Elizabeth McNeill, a própria autora escolheu o seu nome para a personagem principal (estrelada por Kim Basinger) e conta a história de uma mulher que trabalha em uma galeria de arte e se envolve com um homem (estrelado por Mickey Rourke) misterioso, rico e charmoso, que ela mal conhece. Mas as complicações se desenvolvem durante suas aventuras sexuais.
Além de Mickey Rourke (“O Lutador” e “Sin City: A Cidade do Pecado“) e Kim Basinger (“Los Angeles: Cidade Proibida“, “Batman” e “Cinquenta Tons Mais Escuros“), no elenco principal temos grandes nomes como os de Christine Baranski (“Chicago“, “Mamma Mia! O Filme” e da série “A Idade Dourada“), Margaret Whitton (“Um Time Muito Louco“), David Margulies (“Ghostbusters: Os Caça-Fantasmas“), Karen Young (“Essa Estranha Atração” e “Tubarão 4: A Vingança“) e Dwight Weist (“O Nome da Rosa” e “A Era do Rádio“).
Lançado nos cinemas brasileiros originalmente em agosto 1986, o longa-metragem se tornou o filme com mais tempo em cartaz nos cinemas de São Paulo, ficando até fevereiro 1989, no Cine Belas Artes. Além disso, ganhou destaque na mídia e teve um boca a boca forte, pois ousava para a época, trazendo cenas de sexo livre e fantasias sexuais sadomasoquista, algo que não era comum naquela época nos cinemas.
Outro ponto alto do filme é sua trilha sonora com sucessos como “You Can Leave Your Hat On” (Joe Cocker), “Slave to Love” (Bryan Ferry), “I Do What I Do” (John Taylor), “Come to Life” (John Taylor/Ellias), “The Best Is Yet To Com” (Luba), “This City Never Sleeps” (Eurythmics), “Eurasian Eyes” (Corey Hart), “Cannes” (Stewart Copeland), “Let It Go” (Luba), “Love and Happiness” (Al Green), “The Strayaway Child” (Andy Narell), “Saviour” (Winston Grennan e Black Sage), “Strange Fruit” (Billie Holiday), “Ambient Music I: Music for Airports” (Brian Eno), “Bread and Butter” (The Newbeats), “Arpegiator” (Jean Michel Jarre) e “Voices” (Roger Eno).
NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR (Nine 1/2 Weeks) retornará exclusivamente nos cinemas brasileiros no dia 06 de junho, com distribuição da A2 Filmes.
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Por Bruno Simioni Cunha
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VEM COMEMORAR COM A GENTE!
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Dia 24 de maio, sexta-feira, os ingressos custarão doze reais em todas as sessões!
Fundado há doze anos com o objetivo de oferecer uma programação de alta qualidade, o Cine Cultura Liberty Mall se consolidou como uma referência na capital e é amado pelos cinéfilos.
Nesses doze anos de história muita gente importante do cinema brasileiro e mundial já passou pelo Cine Cultura Liberty Mall para pré-estreias e debates com o público. Geraldine Chaplin, a francesa Anna Karina, o argentino Luiz Puenzo, e os brasileiros Luis Carlos Barreto, Alice Braga, Daniel Oliveira, Paulo Betti, entre muitos outros, foram inesquecíveis presenças.
Para comemorar a data junto ao público, o Cinema fará uma promoção especial na próxima sexta-feira, dia 24 de maio. Em todas as sessões, a partir das 14h, todos os ingressos custarão doze reais.
Oportunidade imperdível para assistir grandes filmes!
> Aniversário Cine Cultura Liberty Mall 12 anos
24/05/2024 – ingressos com preço único de R$ 12,00.
Mais informações whatsapp: (61) 3326-1399
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Exibição Filme “Meu Amigo Lorenzo”
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*Prêmio de Melhor Longa-metragem pelo público do Festival Primavera do Cine, de Vigo, na Galícia
*Estreia no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, seguida de apresentação musical de Lorenzo Barreto e conversa com os realizadores
Uma criança especial, uma musicoterapeuta, um cineasta/músico, um encontro inesperado. Um filme que reflete sobre o poder da música e do acolhimento como ferramentas para a expressão mais profunda da personalidade de uma criança com autismo. Um filme sobre empatia, amizade, afeto. Assim é “Meu amigo Lorenzo”, novo longa-metragem do premiado cineasta e músico André Luiz Oliveira, que chega às telas no próximo dia 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, às 19h, no Cine Cultura Liberty Mall. Após a sessão, haverá uma curta apresentação musical de Lorenzo Barreto e uma conversa com a equipe do filme.
O filme estreia no Brasil com o aval do público da Galícia, que o escolheu como Melhor Longa-metragem no festival Primavera do Cine de 2023, de Vigo. “Meu amigo Lorenzo” é o registro de uma vida. Tudo começou num encontro em um “setting” de musicoterapia (ambiente especial onde o atendimento acontece), quando André Luiz foi convidado a registrar as sessões terapêuticas de uma criança autista. A empatia entre o cineasta/músico e a criança foi imediata. Dessa maneira, teve início um processo de 15 anos de filmagens e o nascimento de uma amizade musical onde o amor foi o caminho para o desenvolvimento da personalidade artística da criança. Ao longo de 96 minutos, o público é convidado a conhecer um relato intimista desta história baseada em acolhimento, música e afeto.
“Meu amigo Lorenzo” acompanha o desenvolvimento de Lorenzo Barreto, desde quando era uma criança até mais recentemente. Diz o diretor: “Percebi que ele tinha imensas qualidades musicais e enormes dificuldades psicomotoras. Isso teve um grande impacto sobre mim. Quando nos conhecemos, Lorenzo tinha 4 anos e não parei de filmá-lo até os 19. Sem nenhuma ideia do que iria fazer, muito menos que resultaria num filme de longa-metragem”, revela André Luiz.
Para o cineasta, os encontros com Lorenzo sempre foram extremamente valiosos para ele, assim como importantes para o desenvolvimento estrutural da criança. “A música que flui através dele vem de uma região muito profunda do seu ser e é como o ar que respira. Tocar com ele, ouvi-lo e ser ouvido por ele foi e continua sendo extremamente prazeroso, luminoso, desafiador”.
“Meu amigo Lorenzo” foi premiado no FAC – Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, para a finalização da obra, via Arranjos Regionais/FSA. Em 2022, participou das Rodadas de Negócios do DocSp e do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além de entrar em cartaz no circuito Cine Cultura Liberty Mall, o filme será exibido gratuitamente, em diferentes regiões administrativas.
CINEMA E MUSICOTERAPIA
A história do longa-metragem começa em 2007, quando a musicoterapeuta Clarisse Prestes recebeu no “setting” de musicoterapia em sua casa, nos arredores de Brasília, uma criança autista de quatro anos de idade chamada Lorenzo Barreto. Ela então convidou André Luiz para gravar algumas imagens em fita MiniDV. “Eu, por curiosidade, aceitei”, revela o cineasta e músico. E acrescenta: “A partir desse dia, filmei todas as sessões durante 15 anos. O meu fascínio pelo autismo e pela criança em si, com a sua misteriosa, incompreensível e exuberante musicalidade me levaram compulsoriamente a realizar este filme “Meu amigo Lorenzo”.
Depois de dez anos de filmagens, em 2017, André Luiz percebeu que tinha acumulado um verdadeiro tesouro de imagens, registros de uma experiência existencial preciosa e incomum. Mais ainda: percebeu o quanto a convivência com Lorenzo e outros autistas que acompanhava pontualmente no setting abriu para ele novas portas de percepção do mundo. “O cinema e a música sempre foram os meus dois meios de expressão e de estar no mundo, entretanto, o autismo se revelou para mim como um desafio necessário que eu precisava incorporar à minha experiência de vida”.
Segundo André Luiz, a convivência com Lorenzo e outros autistas revelou que, se há disposição de se sobrepor ao preconceito, ao medo e às ordens internas de separatismo e intolerância, a pessoa encontra algo muito precioso neles que é a pureza de estar no mundo sem julgamento, sem disputa, inteiramente entregue ao presente. “Acho que o filme “Meu amigo Lorenzo” consegue transmitir esse estado de espírito amoroso e compassivo tão necessário nos dias de hoje”, afirma o diretor.
REDUZINDO PRECONCEITOS E DESINFORMAÇÃO
“Meu amigo Lorenzo” estreia exatamente no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, dia 2 de abril, para chamar a atenção para uma questão que é de extrema importância e relevância social. O autismo é um transtorno no desenvolvimento infantil multifatorial, que afeta a capacidade de relacionamento com pessoas e o ambiente, por apresentar prejuízos na comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos.
De acordo com a musicoterapeuta Clarisse Prestes, “infelizmente, nos últimos anos, o tratamento que se impôs à sociedade como aquele que funciona para o autismo, supostamente o único com “comprovação científica”, é o comportamental. Esse modelo tem dominado hegemonicamente o pensamento sobre como devem ser as intervenções”. Para ela, essa prática impõe ao indivíduo autista um conjunto de habilidades que nem sempre vem ao encontro de suas necessidades como ser humano integral.
“O filme mostra que há outras formas de se estar com o indivíduo com autismo já que estamos caminhando em outro sentido. O importante para nós que lidamos por quase duas décadas com essas crianças é o amor incondicional, o respeito ao outro, e o “estar junto” na prática, sem imposição de teorias ou modelos externos pré-determinados. Afinal, além de um diagnóstico, existe ali um sujeito com sua individualidade e suas preferências que pode se manifestar desde que encontre um ambiente seguro e acolhedor”, afirma Clarisse.
O pensamento da musicoterapeuta é corroborado pelo depoimento da psiquiatra e psicanalista Inês Catão, para quem o filme chega em momento mais que oportuno, pois evidencia a eficácia de um trabalho terapêutico que anda na contramão das pressões de mercado que, segundo ela, vêm transformando o autismo num campo de disputas narrativas de poder que não considera o sujeito. “O filme narra vários anos de trabalho clínico com um menino autista que se organiza em torno da música, seu interesse específico e a enorme melhora de qualidade de vida, sem deixar de ser autista. A música para Lorenzo não é puro deleite. Ela desempenha uma função estruturante. O filme é a história de um encontro bem sucedido entre Lorenzo, uma musicoterapeuta e um músico que souberam escutá-lo e respeitar sua singularidade, seu tempo, sem a forçagem de treinamentos de comportamento visando uma suposta normalidade”.
De acordo com o relatório do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), dos Estados Unidos, publicado em março de 2023, 1 em cada 36 crianças aos 8 anos de idade é diagnosticada com TEA. Fazendo um comparativo com a população brasileira (estimada em 203.080.756, segundo o Censo 2022 do IBGE), calcula-se que o número de pessoas com o transtorno no país chegue a 5.641.132. Esse número representa um aumento de 22% em relação ao estudo anterior, feito em 2018.
A EQUIPE
O DIRETOR – ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Cineasta, músico, roteirista, realizou curtas, médias e longas-metragens, além de shows musicais e trilhas sonoras para filmes. Em 1969, dirigiu o primeiro longa “Meteorango Kid – O Herói Intergalático”, ícone do “cinema marginal”, que participou de vários festivais internacionais. Os longas “A Lenda de Ubirajara”, de 1974, e “Louco por Cinema”, de 1994, ganharam vários prêmios e viajaram pelo mundo. Em 2009, lança o doc/ficção “Sagrado Segredo”. A partir 2009, inicia um ciclo de documentários: “Cozinheiro do Tempo – Bené Fonteles” (2009), “Mário Cravo, O Ferreiro de Exu” (2012), “Zirig Dum Brasília – A Arte e o sonho de Renato Matos” (2014). Com “O Outro lado da Memória” (2018), em parceria com Rama de Oliveira, e “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa” (2019), conquista diversos prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ambos os filmes foram licenciados pelo Canal Brasil. Em 2020, lança a ficção “Ecos do Silêncio” e em 2023 chega com o documentário “Meu amigo Lorenzo”. André é da Bahia e vive em Brasília desde 1991.
A MUSICOTERAPEUTA – CLARISSE PRESTES
Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Música, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Clarisse é Pós-graduada em musicoterapia pela FEPECS, através do Instituto Vida Una em 2007. Especializada em TEA – Transtorno do Espectro do Autismo e outros transtornos do desenvolvimento, tem participado de diversos congressos no Brasil e em outros países, sempre abordando a temática do Autismo. Clarisse é do Rio Grande do Sul e mora em Brasília desde 1990.
A PRODUTORA – CARINA BINI
Produtora e diretora de cinema, formada em Jornalismo pela UEL-PR. Em 1998, estudou cinema na Índia; em 2011, estudou roteiro no Centro Sperimentale di Cinematografia – Roma. Produziu o longa premiado “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa”, de André Luiz Oliveira e Rama de Oliveira. Em fase de montagem do seu primeiro longa, prepara as filmagens da série “As Pajés”. Realiza o Festival Internacional Cinema e Transcendência há 10 anos. Carina é do Paraná e mora em Brasília desde 2005.
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Direção: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Pesquisa e Consultoria: CLARISSE PRESTES
Produção Executiva: CARINA BINI
Assistente de Produção: SUELI NAVARRO
Elenco principal: LORENZO BARRETO
Diretor de fotografia: ADELSON BARRETO
Montagem: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA e MADAM PRODUÇÕES
Trilha sonora: ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA
Som direto: MARCOS MANNA
Desenho de som e mixagem: MICAEL GUIMARÃES, A3pS
Duração: 96 minutos
Censura: Livre
SERVIÇO
Local: Cine Cultura Liberty Mall (SCN Quadra 2, Bloco D, Asa Norte)
Estreia: 2 de abril de 2024
Horário: 19h
Por Objeto Sim Projetos Culturais
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“Pobres Criaturas” já está disponível nos cinemas brasileiros e vem surpreendendo o público com a fantasiosa história de Bella Baxter. O filme foge bastante do convencional, mas há grandes chances que ele surpreenda e ganhe estatuetas no Oscar 2024.
Ele está indicado a 11 categorias no prêmio: Melhor Filme, Melhor Direção (Yorgos Lanthimos), Melhor Atriz (Emma Stone), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Maquiagem e Cabelo.
“Pobres Criaturas” também foi destaque no Globo de Ouro, vencendo duas categorias, sendo elas a de Melhor Filme de Musical ou Comédia e Melhor Atriz em Musical ou Comédia (Emma Stone).
No entanto, a produção pode ser considerada “bizarra” pelo espectador mais conservador. Abaixo, entenda o porquê, mas cuidado com os spoilers.
Baseado no livro de Alasdair Gray, o roteiro foi escrito por Tony McNamara.
“Pobres Criaturas” narra a fantástica evolução de Bella Baxter (Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Sob a proteção de Baxter, ela anseia por aprender e conhecer o mundo. Para isso, Bella foge com Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), um advogado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação.
Por que é bizarro?
O Dr. Godwin Baxter é uma espécie de Victor Frankenstein, e cria diversos seres diferentes. Assim, o filme apresenta criaturas modificadas, como o pato-cachorro, e são todos tidos como normais.
O realismo fantástico apresentado leva o espectador para um universo que se assemelha muito a algo parecido com sonhos. As viagens feitas por Bella entre países demonstram muito essas estranhezas.
Em meio às bizarrices, Bella enfrenta assuntos sérios da vida, como pobreza, prostituição, feminismo e relacionamentos abusivos. As descobertas da personagem vão a moldando ao longo do filme.
O visual é um dos pontos fortes, pois sempre é muito carregado de objetos em cena, com figurinos impactantes, que acabam por não ornar em diversas vezes. No entanto, o começo do longa se passa em preto e branco.
“Pobres Criaturas” é um sucesso de crítica. No Rotten Tomatos — agregador online de críticas — ele está com 93% de aprovação da crítica, e 80% do público.
Por Fernanda Talarico, para Coluna Splash.
“As opiniões contidas nesta matéria não refletem necessariamente a opinião do Cine Cultura Liberty Mall”.
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ESTREIA da SEMANA
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Dirigido por Rodrigo Sorogoyen, ‘As Bestas’ foi vencedor do Cesar de Melhor Filme Estrangeiro em 2023.
Em As Bestas, em um pequeno e degradante vilarejo na Espanha, há um clima desconfortável entre os poucos habitantes. Antoine (Denis Menochet) e Olga (Marina Foïs), franceses que se mudaram recentemente para o lugar, votam contra a venda de terras para uma companhia de Energia Eólica e bloqueiam um acordo que poderia tirar parte dos vizinhos da miséria. Antoine foi professor e enxergou no interior da Galícia uma espécie de ‘‘sonho de aposentadoria’’, seu objetivo com o local é se ter uma vida simples, vender seus produtos orgânicos na feira e reabilitar casas abandonadas para entregá-las para a população.
As ambições de Antoine são nobres. Entretanto, convém também pensarmos que, diferente de dele e de sua esposa, a população que permanece no vilarejo está ali pela falta de oportunidade, de perspectiva. A energia eólica é entendida como o que poderia garantir novas chances e o fim da miséria, mas Antoine está no caminho entre essas pessoas e seus direitos. Assim, As Bestas começa nos apresentando aquele clima desconfortável, onde Antoine sofre xenofobia constantemente e é prejudicado pelos irmãos Xan (Luis Zahera) e Lorenzo (Diego Anido) de inúmeras maneiras.
É uma situação complicada, sem dúvidas, Antoine comprou sua terra e tem direitos sobre ela, mas também é compreensível que a população o enxergue como um forasteiro que tirou chances de outras pessoas por mesquinhez. As Bestas conduz esse conflito, unindo um texto expositivo a uma condução mais fria, resumida em plano, contraplano, planos médios e gerais, valorizando sempre a ambientação decadente e, assim, construindo uma tensão que perdura por toda a produção. Nesse sentido, Rodrigo Sorogoyen consegue fazer jus ao título do filme, afinal, os desencadeamentos desse conflito pela venda das terras regridem homens a instintos, onde predomina a violência.
Desse modo, é interessante como Sorogoyen controla, até dado momento do filme, o descarregamento do ódio, das desavenças e consegue depositá-las em uma só pessoa, que é Antoine. No entanto, o filme cresce ainda mais quando demonstra coragem e consegue transformar a violência no que vem depois da violência. Ser cruel, ser uma ‘‘besta’’, sempre inclui alguém para sofrer, não se pode ser cruel sem ter uma vítima. E mesmo que essa brutalidade seja destinada a apenas uma pessoa, terceiros sempre estarão envolvidos, seja familiares ou amigos que serão impactados por isso. Assim, a substituição do protagonismo, que passa com muita efetividade de Antoine para sua esposa, Olga, apresenta uma carga dramática que não está mais associada a ameaças ou violência física. Esses temas estão presentes, é claro, mas é mais sobre o que vem depois disso.
Sorogoyen é bastante perspicaz em trazer para o centro da tela mulheres que foram secundarizadas pelo filme inteiro e, no caso de Olga, pelo seu próprio marido. É uma visão bastante interessante do diretor, afinal, se pensarmos na própria história contemporânea da Espanha, todo ato generalizado de brutalidade entre homens, como a guerra civil e a própria ditadura, recaíram nos braços de mulheres, principalmente em mulheres de pequenas vilas. Essas mulheres se tornaram figuras centrais para a família, mesmo perdidas, mesmo desamparadas.
Em As Bestas, Sorogoyen faz o mesmo, mas sem deixar que a figura de Antoine simplesmente desapareça. Assim como Olga, sentimos o peso de sua ausência e refletimos sobre a obsessão milenar dos homens se destruírem para resolverem problemas, como se não houvesse um outro tipo de solução.
Por Sthefaniy Henriques.
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Você pode não curtir o som deles (algumas músicas eram de gosto duvidoso), mas o fenômeno Mamonas Assassinas foi um furacão sem precedentes na cultura pop nacional nos anos 1990. Com apenas oito meses de trajetória artística, os meninos anárquicos de Guarulhos/SP conquistaram o país com faixas como “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”, venderam cerca de 3 milhões de discos (números impensáveis em um curto período), e ditaram o comportamento de uma juventude carente de ídolos.
Na vibe de afagar fãs nostálgicos e, ao mesmo tempo, alimentar novos seguidores que conhecem o grupo apenas pelas faixas nas plataformas digitais, ou pelas histórias engraçadas que os pais contam, “Mamonas Assassinas – O Filme” estreia nesta quinta (28) em mais de 800 salas de cinema do Brasil, incluindo o Espírito Santo, com cheiro de sucesso de bilheteria.
Para ressaltar esse fenômeno midiático, um monitoramento feito no Spotify pela produção do filme apontou que a banda ainda é ouvida diariamente por milhões de pessoas e não apenas no Brasil, mas em 33 países. Para abastecer esse público faminto por novidades, “Mamonas Assassinas – O Filme” torna-se necessário.
Vamos à pergunta que você está querendo saber desde o início do texto: o filme, afinal, é bom? Digamos que fica em meio-termo. A produção de Edson Spinello conta com roteiro fragmentado, traz esquetes que remetem a uma série televisiva, e atuações caricatas, bem acima do tom (“Mamonas eram caricatos mesmo e de forma proposital, crítico chato!”, alguém pode estar pensando ao ler essa colocação) e graves falhas na direção de atores.
Mas, sempre tem um mas, é um filme feito com afeto, escandalosamente (no bom sentido) emotivo e criado para agradar fãs do grupo. A produção conta com excelente reconstituição de época, fruto de um trabalho de pesquisa bem-feito, especialmente do figurinista Heitor Taddeo Ramaglio. Familiares dos artistas deram total apoio ao projeto repassando informações importantes, como cedendo figurinos usados nos shows.
A produção foi cuidadosa com a trilha sonora. Todos os fonogramas originais dos Mamonas Assassinas foram regravados para fazer uma mixagem. Não há utilização de playback ao longo de todo o filme, por exemplo. Mais um ponto que deve agradar aos fãs.
FENÔMENO MUSICAL QUE CONQUISTOU O BRASIL
O longa é bem fiel à história da banda. Embora os Mamonas tenham feito sucesso em 1995, quando assinaram contrato com a gravadora EMI, a trajetória é muito mais longeva, tendo início no final dos anos 1980 com a formação do Utopia, grupo de rock que tocava em pequenas festas de Guarulhos.
Quando Bento Hinoto (guitarrista), Sérgio Reoli (baterista), Júlio Rasec (tecladista) e Samuel Reoli (baixista) conheceram o bem-humorado Dinho, que, mais tarde, se tornaria o vocalista e criador de algumas das pérolas musicais do grupo, bastava apenas o apoio de pessoas fortes na indústria fonográfica, como Rick Bonadio e Rodrigo Castanho, para a magia acontecer. O projeto mostra todo esse caminho de forma didática, sem muitos rompantes narrativos.
A cinebiografia realça os percalços da banda durante cinco anos e os tais oito meses meteóricos de sucesso, interrompidos pelo acidente aéreo em São Paulo, em 2 de março de 1996 (acertadamente apenas citado no projeto). Uma curiosidade: mesmo com pouco tempo de trajetória, os paulistas chegaram a fazer um show em Vitória, no Ginásio do Álvares Cabral, em 1º de novembro de 1995.
No longa, Dinho é interpretado por Ruy Brissac, que viveu o cantor em musical sobre a banda. O quinteto conta ainda com Beto Hinoto, interpretando seu tio Bento, guitarrista; Rhener Freitas interpreta o baterista Sérgio Reoli; Adriano Tunes, que também participou do musical sobre a banda, faz o baixista Samuel Reoli; e Robson Lima interpreta Júlio Rasec, responsável pelo teclado, percussão e vocais do grupo.
Por Gustavo Cheluje, repórter do HZ
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